Câmara discute projeto para limitar atos de Dr. Aluízio
Um projeto de lei apresentado ontem pelo vereador
Marcel Silvano (PT), na Câmara de Macaé, poderá limitar os atos do prefeito Dr.
Aluízio (PMDB). Se aprovada, a proposta possibilitará sustar, por meio de um
decreto legislativo, os efeitos de um decreto executivo sempre que este
ultrapassar os limites da sua competência e legalidade. A ferramenta daria aos
vereadores o poder de anular atos editados pelo prefeito.
No entanto, para a proposta ser votada era preciso
obter liberação da Comissão de Constituição Justiça (CCJ), que emite parecer
sobre a constitucionalidade de todas as matérias antes que elas entrem na pauta
de discussão. Porém, os parlamentares que compõem a CCJ divergiram no relatório
da emenda e, neste caso, coube ao plenário decidir, por meio de votação. O
parlamento optou pelo debate da emenda com 12 votos favoráveis e apenas dois
contrários: Júlio César de Barros (PMDB), o Julinho do Aeroporto, e Paulo
Antunes (PMDB).
Julinho é o atual presidente da CCJ e Antunes, membro
titular da comissão. A posição deles divergiu da do relator, Nilton César
Pereira Moreira (PROS), o Cesinha, que votou pela tramitação e
constitucionalidade da emenda.
A possibilidade de controlar os atos do Executivo não
agradou alguns parlamentares da bancada governista. “Entendo que o decreto
executivo é um instrumento legal e deve ser respeitado”, defendeu Julinho. Já
Paulo Antunes lembrou que essa proposta foi apresentada outras vezes pelo
ex-vereador Igor Sardinha. “Sempre votei contra e vou continuar votando do
mesmo modo. Acho esse tipo de interferência entre os poderes muito grande.”
Contudo, Marcel Silvano justificou que essa é uma
maneira de “empoderar a Câmara” e garantir a possibilidade de frear o Executivo
em casos de desrespeito aos direitos dos cidadãos ou a uma lei superior. “É um
instrumento legal, previsto na Constituição e que é parte das atribuições do
Legislativo”.
Doze parlamentares, incluindo alguns da bancada
governista, optaram pela discussão da emenda. O resultado da votação foi
comentado pelo presidente Eduardo Cardoso (PPS), para quem a aprovação do
relatório favorece o debate político e o exercício da democracia. “Vale lembrar
que esse é um instrumento que o Congresso Nacional dispõe, mas raras vezes
utiliza. Pois deve ser usado apenas em casos extremos”, explicou.
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