Prefeitura vai agregar estudo do IBGE ao programa de redução de famílias em áreas de risco
O levantamento do IBGE, que apresenta dados sobre a
população em área de risco no Brasil – documento divulgado nesta quinta-feira
(28.06) pelo órgão federal – será anexado aos estudos feitos pela prefeitura de
Petrópolis, dentro do Plano Municipal de Redução de Riscos, que pela primeira
reúne dados dos cinco distritos de Petrópolis, e é um importante instrumento para
nortear as ações de prevenção aos desastres naturais na cidade. A meta da
gestão municipal é não só integrar os dados produzidos pelo governo federal ao
acervo já existente, mas usá-los como forte argumento para que a União faça
investimentos em contenção de encostas e produção de casas em Petrópolis.
“Concluímos no ano passado o Plano Municipal de
Redução de Risco, que, pela primeira vez, avalia todas as regiões da cidade.
Ele aponta 234 áreas de risco alto e muito alto no município. Este estudo do IBGE
vem somar ao trabalho do município e sobretudo reforça a importância do aporte
de recursos federais para investimentos em obras de contenção e recuperação de
áreas já atingidas, algo que temos buscado insistentemente”, explica o prefeito
Bernardo Rossi.
O estudo do IBGE reuniu dados de 872 municípios em
todo país que são monitorados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas
de Desastres Naturais (Cemaden), cruzando dados do Censo de 2010. No Brasil,
são quase 8,3 milhões de pessoas morando nesses locais. Entre as cidades do
estado do Rio de Janeiro, Petrópolis apareceu atrás da capital e de São João de
Meriti. Por aqui, o levantamento concluiu 72.070 pessoas moravam em áreas de
risco – equivalente a 24,4% da população.
O Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR)
apresentado em maio do ano passado é uma versão atualizada e ampliada do
documento. Há 11 anos, a primeira versão mapeou apenas o primeiro distrito. Já
a versão atual faz um levantamento completo de todos os cinco distritos da
cidade. O estudo concluiu que o município possui 234 áreas de risco alto e
muito alto (ou 18% do território do município) e que 47 mil pessoas moram
nesses locais.
Além disso, o PMRR também aponta medidas de
mitigação dos riscos, como limpeza de rios e canais de drenagem,
reflorestamento de áreas degradadas, desmonte ou fixação de blocos de pedras.
Ainda orienta para duas ações, como obras de contenção e reassentamento de
famílias.
Quase 2 mil casas sendo construídas e 63 projetos de
contenção de encostas
Desde o início da atual gestão a prefeitura age em
várias frentes de trabalho para reverter o histórico de deslizamentos em áreas
de risco do município e reduzir um déficit habitacional acumulado por mais de
30 anos. Nesse sentido a cidade mantém duas linhas principais de trabalho: a
construção de unidades habitacionais – 1.992 nos próximos dois anos - e a
captação de recursos para a execução de obras estruturais para contenção de
encostas – trabalho em paralelo às ações de prevenção.
A gestão do prefeito Bernardo Rossi tem uma política
habitacional voltada para construção de casas populares pelo programa Minha
Casa Minha Vida e trabalha na construção de 1.992 unidades habitacionais. O
conjunto do Vicenzo Rivetti, no Carangola, está em fase de conclusão, com 88,5%
das 776 unidades já pronto. Além disso, município e Estado já estão
providenciando as obras em outros terrenos já autorizados pelo governo federal:
Caetitu (720 unidades), Estrada da Saudade (188), Benfica (120), Vale do
Cuiabá (48) e Mosela (140).
“O nosso governo trabalha de forma intensa para
alavancar a política habitacional do município, buscando a parceria com o
governo federal para tirar os projetos do papel. E isso tem sido possível, com
autorização para construir casas para o reassentamento de famílias nesses cinco
terrenos. São quase duas mil casas com esse objetivo, mostrando o tamanho da
importância que esse tema tem para nós”, ressalta o prefeito Bernardo Rossi.
Paralelo à construção de novas moradias, o município
desenvolve 63 projetos de obras de contenção de encostas - tanto para obter
recursos para novas intervenções quanto para destravar obras paralisadas por
causa de arrestos judiciais durante a antiga gestão. O programa PAC Encostas,
por exemplo, tem investimentos de R$ 60 milhões em 14 obras.
O município também realiza obras com recursos
próprios, como foi o caso de uma intervenção no Dr. Thouzet, já finalizada. Em
Itaipava, uma obra na Rua Desembargador Luiz Antônio Severo da Costa – feita
com recursos de uma emenda federal – está em fase final. A cidade também já
obteve recursos federais para obras na Castelânea e no Siméria, totalizando R$
1,8 milhão. A prefeitura já apresentou pedidos de recursos para 25 locais e
trabalha para a inclusão de sete áreas atingidas por chuvas em anos anteriores
no Programa de Recuperação e Reabilitação do Ministério da Integração Nacional.
Sistema de alerta e alarme funciona em 12 áreas de
risco
Como medida preventiva, a cidade conta com um
sistema de Alerta e Alarme com 20 conjuntos de sirenes em 12 áreas de risco.
Com este sistema a Defesa Civil informa à população local quando o acumulado de
chuva traz riscos de deslizamentos de terra, alertando que os moradores devem
procurar pontos de apoio definidos pela prefeitura nessas comunidades (como
igrejas ou escolas). Para que moradores estejam preparados, eles passam por
treinamentos constantes – fora do período chuvoso, de maio a novembro. Também
recebem orientações sobre como funciona o acionamento da sirene e o que devem
fazer a partir do alerta – em 2017 foram 16 treinamentos (10 diurnos e 6
noturnos). Além disso, sancionou a lei que inclui nas escolas da rede municipal
os temas Proteção e Defesa Civil e Educação Ambiental, oferecendo a
oportunidade de os alunos desenvolverem a cultura de prevenção aos desastres de
origem natural e de percepção de riscos desde a infância.
As sirenes estão instaladas nas regiões do Vale do
Cuiabá, Gentio, 24 de Maio, Alto da Serra, Bingen, Dr. Thouzet, Independência,
Quitandinha, São Sebastião, Sargento Boening, Siméria e Vila Felipe.
O município conta também com planos de contingência
para nortear ações de prevenção e respostas em casos de deslizamentos de terra,
inundações, rolamentos de blocos rochosos, vendaval e tempestades de raio. O
grupo reúne informações de diversos órgãos, instituições, secretarias
municipais, empresas e concessionárias de serviços públicos para atuação
coordenada tanto de prevenção como também ações durante o período de chuva
intensa.
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