Juiz decreta prisão de policiais do Rio envolvidos em extorsão
Rio de Janeiro – O juiz Eduardo Hablitschek, da
2ª Vara Criminal de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, aceitou denúncia do
Ministério Público contra 48 pessoas acusadas de organização criminosa e
decretou a prisão preventiva de 46 integrantes do grupo.
O grupo é composto por policiais civis, policiais
militares, bombeiros e agentes penitenciários, além de civis. Entre os crimes
praticados pela quadrilha estão concussão, peculato, extorsão, usurpação de
função pública e corrupção.
O esquema de arrecadação de vantagens ilícitas que
utilizava a máquina pública teve início na 34ª Delegacia de Polícia Civil
(Bangu), depois se estendendo para a 36ª Delegacia Policial (Santa Cruz) e
chegando à Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente de Niterói, na região
metropolitana do Rio.
Entre os presos, estão os delegados da Polícia Civil
Delmo Fernandes e Thiago Martins. Já o delegado Rodrigo Sebastian, apontado
pela investigação como um dos chefes da quadrilha, está em contato com a
polícia por meio de seu advogado e pode se entregar nas próximas horas.
Autoria e materialidade
Na decisão, o juiz Eduardo Hablitschek escreveu que
a denúncia apresentou os indícios de autoria e materialidade suficientes para o
recebimento da denúncia. O grupo aproveitava operações policiais para subtrair
e desviar mercadorias eventualmente encontradas, como armas de fogo e cigarros.
“Em resumo, os membros da súcia [sociedade] estavam
reunidos em torno de um objetivo comum: identificar possíveis infratores da lei
e seu potencial econômico, e realizar diligências policiais sobre eles, com a
intenção de flagrá-los no cometimento de crimes ou irregularidades
administrativas. A partir dessa situação vantajosa, os criminosos exigiam uma
quantia em dinheiro para deixarem de fazer os procedimentos de polícia
judiciária”, destacou o magistrado.
O juiz escreveu ainda, na decisão, que a prisão
preventiva foi decretada a fim de proteger as testemunhas e evitar, em caso de
liberdade, que o grupo destrua as provas coletadas durante a investigação.
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