Ponto Final:Ciro, Bolsonaro, Alckmin, Marina e Globo na berlinda. Lula hoje no TSE


Sabatinas do JN

Depois de Ciro Gomes (PDT), na segunda, e Jair Bolsonaro (PSL) na terça, quarta e ontem foram os dias do Jornal Nacional sabatinar, respectivamente, Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). A ordem foi definida por sorteio entre os cinco candidatos mais bem colocados na última pesquisa Datafolha. Primeiro colocado em todas, mas preso desde 7 de abril pela Lava Jato e proibido pela Justiça de dar entrevistas, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) não pôde participar.

Alckmin

A coluna já tratou das entrevistas de Ciro e Bolsonaro. Sempre cobrado por seu destempero, o cearense foi contido. Já o ex-capitão do Exército pareceu à vontade com a pauta politicamente correta que lhe foi mais uma vez oferecida. Por sua vez, Alckmin foi equilibrado e insosso como sempre. Justificou o apelido “Picolé de Chuchu”, cunhado pelo jornalista José Simão há 16 anos. Ainda assim, mostrou mais uma vez ser um candidato muito mais preparado do que Bolsonaro, com quem disputa os numerosos votos do antipetismo. O problema é que o tucano está atrás do adversário nas pesquisas até em São Paulo, que governou quatro vezes.

Erro primário

Se já tinha sido criticado pelas perguntas previsíveis a Bolsonaro, foi com Alckmin que o Jornal Nacional cometeu seu maior erro. Renata Vasconcellos afirmou que o tucano estaria sendo apoiado pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, numa aliança com a legenda deste: o PTC. Alckmin a desmentiu no ato. E foi até educado ao revelar o erro primário de checagem na pauta do mais popular programa jornalístico da TV brasileira. Na verdade, o partido de Collor apoia Álvaro Dias (Pode) a presidente. Se fosse com Bolsonaro, este poderia especular que Renata ganha menos que William Bonner não pelo gênero, mas por ser falha como jornalista.

Marina

Após tantos equívocos, ontem foi a vez do Jornal Nacional fechar sua série de entrevistas com Marina. Como Ciro e Alckmin, seu desempenho foi morno. Ainda assim, a candidata da Rede não deixou de observar a incoerência da pauta: começou lhe cobrando liderança e capacidade de aglutinar, para ter condições de governar se eleita, e depois passou a questionar as alianças estaduais do seu partido. Diferente das demais sabatinas, Bonner e Renata pareceram menos à vontade para interromper Marina, talvez pelo fato de ser uma mulher. Se foi, seria mais um fruto do politicamente correto que já tinha rolado a bola a Bolsonaro na terça.

“Besta-fera”

Antes da entrevista de Marina, um experiente jornalista publicou ontem, na revista Veja, artigo sobre a atitude dos colegas da Globo. José Roberto Guzzo escreveu: “As cruzadas da mídia fazem parte do problema. Dezenas de milhões de cidadãos se sentem agredidos, há anos, por uma visão da sociedade, da política e da vida que afronta diretamente os seus valores e convicções. Acabaram achando que a defesa do seu mundo depende das posturas mais extremadas que circulam na praça. A besta-fera do radicalismo, que tanto assusta hoje, estava apenas hibernando. Tiraram o bicho da toca e agora fica complicado se livrar dele”.

Lula hoje?

Hoje à noite começa a propaganda eleitoral em TV e rádio, com os candidatos a governador. Amanhã, estreiam os presidenciáveis. Também hoje, às 14h30, haverá sessão extraordinária no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ministro relator dos pedidos de liminar para que Lula não participe da campanha e das ações de impugnação da sua candidatura, Luís Roberto Barroso está inclinado a levar as questões ao plenário. Virtualmente inelegível pela Lei da Ficha Limpa que aprovou quando presidente, o prazo para defesa de Lula se encerrou às 23h59 de ontemA definição pode ser hoje. A ver…

Via crucis

No último dia 14, a Folha reuniu representantes locais dos candidatos a governador e presidente. Com a participação deles, fez um sorteio de datas para publicação de entrevistas. A de hoje ficou reservada ao presidenciável Henrique Meirelles (MDB). No dia 20, o contato da assessoria do candidato foi cobrado ao representante que assinou a ata do sorteio. E novamente no dia 24, quando finalmente a ponte foi feita. De Brasília, o retorno também foi lento: só no dia 27, já após a ter sido pauta enviada. E não foi respondida. Depois dessa via crucis com sua equipe, é difícil saber por que Meirelles patina em 1% em todas as pesquisas?

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