Governador é preso em nova ação da Operação Lava-Jato



 O governador Luiz Fernando Pezão (MDB) foi preso na manhã de ontem (28) em sua residência oficial, no Palácio Laranjeiras. Outras nove pessoas também tiveram mandados de prisão expedidos pela Operação Boca de Lobo, que investiga a corrupção no governo estadual: o secretário de Obras, José Iran Peixoto Júnior; o secretário de Governo, Affonso Monnerat; o servidor Luiz Carlos Vidal Barroso, da Secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico; e Marcelo Santos Amorim, sobrinho de Pezão.  Quatro empresários também foram alvos de mandados de prisão: Cláudio Fernandes Vidal e Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócios da empreiteira JRO Pavimentação; além de Luís Fernando Craveiro de Amorim e César Augusto Craveiro de Amorim, sócios da empresa High Control.

Em entrevista coletiva, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que as investigações apontaram que Pezão "sucedeu Sérgio Cabral na liderança da organização criminosa" que se apossou do governo estadual, além de ter "operado esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros". As informações são baseadas em delação premiada homologada no Supremo Tribunal Federal (STF) e em documentos apreendidos na residência de um investigado na Operação Calicute, além de diligências que complementaram as provas.

Segundo a procuradora, cabia a Pezão dar suporte político aos demais membros da organização que estão abaixo dele na estrutura do poder público. De acordo com Dodge, Pezão  recebeu “valores vultosos, desviados dos cofres públicos e que foram objeto de posterior lavagem”.
Segundo o Ministério Público Federal, há registros documentais, nos autos, do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 25 milhões entre 2007 e 2015, valor incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal. Em valores atualizados, o montante equivale a pouco mais de R$ 39 milhões e corresponde ao total que é objeto de sequestro determinado pelo ministro relator.

Rotina de prisões

Nos últimos anos, os moradores do Rio de Janeiro se habituaram com uma cena até então impensável, com as principais lideranças políticas - incluindo os últimos quatro governadores eleitos - indo para a cadeia.

Sérgio Cabral foi preso há pouco mais de dois anos, acusado de receber propina para fechar contratos públicos. De acordo com a denúncia, o prejuízo aos cofres públicos teria sido de mais de R$ 220 milhões.

Anthony Garotinho foi detido duas vezes. A primeira, no final de 2016, foi por conta da Operação Chequinho, que investigou um suposto esquema de compra de votos nas eleições de Campos dos Goytacazes. Em 2017, houve uma nova prisão, em decorrência de operação da Polícia Federal que investigou crimes eleitorais, como corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais. Nesta segunda vez, a ex-governadora Rosinha Garotinho também foi detida.

A Assembleia Legislativa também foi atingida. Desdobramentos da Lava-Jato resultaram na prisão do presidente da Alerj, Jorge Picciani (MDB); e dos deputados Paulo Melo (MDB), Edson Albertassi (MDB), em 2017. No último dia 8, além de novos mandados de prisão contra os três emedebistas, a Operação Furna da Onça também gerou a prisão de outros sete deputados: Marcus Vinícius Neskau (PTB), André Corrêa (DEM), Luiz Martins (PDT), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (SD) e Marcelo Simão (PP).

Também no ano passado, o então presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Aloysio Neves, e outros quatro conselheiros (Domingos Brazão, José Gomes Graciosa, Marco Antonio Alencar e José Maurício Nolasco, além do ex-conselheiro Aluísio Gama) foram detidos pela Operação Quinto do Ouro. A ação apurou desvios para favorecer integrantes da Corte durante o governo de Sérgio Cabral. A operação teve como base delação premiada de outro conselheiro do TCE, Jonas Lopes.

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