MP ajuíza mais três ações contra Pezão
Nos últimos dois dias, o Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou várias ações contra o governador do
Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), preso desde 29 de novembro, na operação Boca de
Lobo.
Quarta-feira, a Ação Civil Pública (ACP) ajuizada requer condenação de
Pezão por ato de improbidade administrativa. Segundo as investigações, Pezão
descumpriu a obrigação constitucional de aplicação do percentual mínimo de 12%
da arrecadação no custeio das ações e serviços públicos de saúde no exercício
de 2017. Já na terça foi a vez de outra ação por improbidade, mas junto com o
governador Sérgio Cabral (MDB) em razão de suposta propina no caso da
Fetranspor. No mesmo dia, o MP ajuizou mais uma ACP contra 10 envolvidos em
irregularidades em doações para a campanha do governador Luiz Fernando Pezão,
do vice Francisco Dornelles (PP), do ex-governador Sérgio Cabral e de deputados
estaduais.
Segundo as investigações, Pezão descumpriu a
obrigação constitucional de aplicação do percentual mínimo de 12% da
arrecadação no custeio das ações e serviços públicos de saúde no exercício de
2017. Ele já responde a uma ação pelo mesmo motivo, só que em relação a 2016.
Na ACP também destaca trechos de parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE)
que recomendou a rejeição das contas do Governo no ano de 2017. Um dos
fundamentos da rejeição foi a inobservância de Pezão em relação às normas
jurídicas concernentes ao custeio da saúde.
De acordo com o TCE, em 2017, o governo aplicou
apenas 6,52% da arrecadação na saúde. Pelo cálculo do MPRJ, no entanto, esse
percentual foi de apenas 4,03%. A diferença decorre do uso de metodologias
diferentes para o cálculo. Além do ressarcimento de danos morais difusos em
valor superior a R$ 25 milhões, o MPRJ requer que Pezão seja condenado à
suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa civil e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
Na ação junto com Cabral, Pezão é apontado por
recebimento de propina decorrente de atos de corrupção da organização criminosa
que atuava no governo do Estado em conluio com empreiteiras, FETRANSPOR, entre
outros fornecedores. Na ação, o MPRJ requer a indisponibilidade de R$ 57,8
milhões em bens de Pezão. Aos demais réus, o MPRJ requer a indisponibilidade de
cerca de R$ 96,3 milhões, calculados o montante dos valores pagos indevidamente
e multa civil. Aos réus também é requerida a aplicabilidade das sanções
previstas no artigo 12 da Lei 8.429/92, tais como a perda da função pública e a
suspensão dos direitos políticos em até 8 anos.
Por delegação do procurador-geral de Justiça, outra
ACP fala em atos de improbidade administrativa contra 10 envolvidos, em
irregularidades em doações para a campanha do atual governador, Luiz Fernando
Pezão, do ex-governador Sérgio Cabral e de deputados estaduais, em troca da
concessão de benefícios fiscais e financeiros, que teria alimentado esse Grupo
Político com pelo menos R$ 82,3 milhões.
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